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Xapuri encerra Semana do Meio Ambiente com apelo por protagonismo e justiça social

  • Foto do escritor: Prefeitura de Xapuri
    Prefeitura de Xapuri
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura


A Prefeitura de Xapuri encerrou, nesta quinta-feira, 5 de junho, a programação da Semana do Meio Ambiente, com uma solenidade que reuniu autoridades, representantes de instituições e lideranças comunitárias, selando uma semana intensa de atividades voltadas à conscientização ambiental.


Realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), a programação celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente com ampla participação popular e envolvimento de estudantes das redes municipal e estadual de ensino, além do Instituto Federal do Acre (Ifac), parceiro fundamental nas ações.


Durante sete dias, a cidade viveu uma mobilização ambiental com palestras, atividades lúdicas, apresentações teatrais, exibições de filmes, exposições e plantio de mudas, levando informação e reflexão para dentro das escolas e nas ruas.



Na cerimônia de encerramento, o professor Deimisson Gomes, que representou a direção do Ifac, destacou o papel coletivo na preservação ambiental e a necessidade de identificação das responsabilidades diante das mudanças climáticas globais:

“Quando se pensa no meio ambiente e no cuidado com a fauna e a flora, se pensa antes de qualquer coisa no cuidado com a vida, com o ser humano e com todas as espécies de maneira geral. É uma responsabilidade de todos nós. E uma coisa que nós discutimos agora há pouco é identificarmos quem são os maiores responsáveis para que nós estejamos agora vivendo as consequências do aquecimento global e as questões climáticas que afetam a vida no planeta. Aqueles que mais aprofundam esse problema para que o tamanho da cobrança seja do tamanho da responsabilidade deles.”

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Paulo Pinheiro, também se pronunciou, destacando a urgência de políticas públicas que combinem desenvolvimento sustentável e valorização do legado ambiental da cidade:

“A preocupação com o meio ambiente não pode ficar restrita apenas à Semana do Meio Ambiente. É preciso criar condições reais para que a floresta continue de pé. Precisamos de incentivos, de apoio técnico, de políticas públicas que enxerguem o trabalhador rural como aliado da preservação. E não podemos esquecer de quem abriu esse caminho: Chico Mendes. Seu legado deve ser referência para o futuro, e não instrumento de disputa.”

O prefeito Maxsuel Maia fez um pronunciamento contundente, reforçando a necessidade de ressignificar o papel de Xapuri no debate ambiental. Segundo ele, é fundamental superar divisões políticas e valorizar a dimensão histórica e global do legado de Chico Mendes:

“Em Xapuri, a importância que a cidade possui no contexto do debate ambiental não tem sido valorizada porque nas últimas décadas, no Acre, e principalmente em Xapuri, se politizou o legado, a imagem e a história de Chico Mendes, como se ele representasse apenas o Sindicato, a esquerda e o PT. Eu chamo isso de reducionismo histórico. Chico Mendes é muito maior do que isso.”

Dirigindo-se aos estudantes presentes, o prefeito acrescentou:

“Nós precisamos romper com esse discurso, sair desse debate raso, de radicalismo, de vermelho e azul, de esquerda e direita. Nós temos que se valer e se apropriar desse legado e dessa importância que a nossa cidade tem para assumir o protagonismo, captar recursos e atrair investimentos, para desenvolver a nossa cidade.”

Ainda em sua fala, o gestor chamou a atenção para contradições estruturais enfrentadas por Xapuri:

“Discutir preservação ambiental sem garantir dignidade a quem vive nas florestas é uma ação inútil. Não tem como a gente discutir justiça climática sem discutir social. A preservação do meio ambiente começa pela melhoria da qualidade de vida de quem vive na floresta e nas cidades amazônicas, que somos nós.”

Em seguida, Maxsuel Maia mencionou dados recentes e destacou contradições vividas por Xapuri, mesmo sendo referência histórica na luta ambiental:

“Xapuri é terra de Chico Mendes, berço da chamada ‘Revolução Ambiental’, mas mesmo assim estamos no ano de 2025 e nossa cidade não possui um plano de resíduos sólidos ou de saneamento básico. Em 2023, durante determinado período, Xapuri teve o pior ar para se respirar no Brasil, e esse é um debate que precisa ser feito. A gente precisa assumir esse protagonismo e isso não pode ser virando a cara quando a gente fala na figura e no legado de Chico Mendes. Nós precisamos romper com isso e o momento é agora.”

Encerrando a programação, uma caminhada de conscientização ambiental percorreu as principais ruas da cidade, passando pela Casa de Chico Mendes — símbolo físico e emocional da luta do líder seringueiro. A atividade reforçou a importância de manter viva a memória de Chico e de transformar seu legado em ação concreta por justiça ambiental e social.


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