Representando o município de Xapuri na I reunião Regional do Alto Acre sobre Leishmaniose Tegumentar Americana, o secretário de Saúde, Wagner Mezes acompanhado dos Coordenadores de Vigilâncias, Endemias e Microscopistas do município, Equipes de Saúde de Xapuri, discutiram alternativas para conter o crescimento da doença no Estado.
O encontro é promovido pelo CIEVS Fronteira e CIEVS Acre/SESACRE no município de Brasiléia; e participam os secretários e coordenadores de saúde dos municípios de Brasileia, Epitaciolândia e Assis Brasil.
De acordo com Wagner Menezes, secretário de saúde xapuriense, dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que em 2019 foram confirmados 15.484 casos novos de LT no Brasil, com coeficiente de detecção de 7,37 casos a cada 100 mil habitantes, e que a série histórica apresenta ainda que a doença se distribui em todo o território brasileiro, com os maiores percentuais de casos registrados na região Norte (42,8%), e isso trás preocupação as autoridades de saúde e órgãos de vigilância, não é nada alarmante ainda, mas nosso objetivo é não deixar isso evoluir e poder tratar as pessoas da melhor forma possível frisou, e ainda, lembrou que o MS autorizou pela portaria nº 56 de 30 de outrubro de 2018, o uso de medicamento oral para a LT através da rede do SUS - miltefosina 50 mg.
Menezes também pontua que o uso do medicamento possibilita um tratamento eficaz para a população e demonstra os avanços da saúde. "O uso de medicamento oral para LT configura uma resposta aos esforços para que mais pessoas possam ser assistidos e tratados com segurança e eficácia, com abordagens menos invasivas, mais acessíveis e que promovam a adesão ao tratamento" finalizou o secretário.
Sobre a doença
O que é Leishmaniose Tegumentar (LT)?
A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil, há sete espécies de leishmanias envolvidas na ocorrência de casos de LT. As mais importantes são: Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) guyanensis e L.(V.) braziliensis. A doença é transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas de flebotomíneos (espécie de mosca) infectadas. Os insetos pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira e birigui, são os principais vetores da Leishmaniose Tegumentar.
IMPORTANTE: A suscetibilidade de infecção por Leishmaniose Tegumentar (LT) é universal. A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente.
Quais são as espécies da Leishmaniose Tegumentar (LT)?
As três principais espécies de Leishmania, protozoário causador da Leishmaniose Tegumentar (LT), são: Leishmania (Leishmania) amazonensis – distribuída pelas florestas primárias e secundárias da Amazônia legal (Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão). Sua presença amplia-se para o Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), Centro-oeste (Goiás) e Sul (Paraná); Leishmania (Viannia) guyanensis – aparentemente limitada à Região Norte (Acre, Amapá, Roraima, Amazonas e Pará) e estendendo-se pelas Guianas. É encontrada principalmente em florestas de terra firme, em áreas que não se alagam no período de chuvas; Leishmania (Viannia) braziliensis – foi a primeira espécie de Leishmania descrita e incriminada como agente etiológico da LT. É a mais importante, não só no Brasil, mas em toda a América Latina. Tem ampla distribuição, desde a América Central até o norte da Argentina. Esta espécie está amplamente distribuída em todo país. Quanto ao subgênero Viannia, existem outras espécies de Leishmania recentemente descritas: L. (V) lainsoni identificada nos estados do Pará, Rondônia e Acre; L. (V) naiffi, ocorre nos estados do Pará e Amazonas; L. (V) shawi, com casos humanos encontrados no Pará e Maranhão; L. (V.) lindenberg foi identificada no estado do Pará.
Quais são os sintomas da Leishmaniose Tegumentar (LT)?
Os sintomas da Leishmaniose Tegumentar (LT) são lesões na pele e/ou mucosas. As lesões de pele podem ser única, múltiplas, disseminada ou difusa. Elas apresentam aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor.
As lesões mucosas são mais frequentes no nariz, boca e garganta. Quando atingem o nariz, podem ocorrer: entupimentos; sangramentos; coriza; aparecimento de crostas; e feridas. Na garganta, os sintomas são: dor ao engolir; rouquidão; tosse.
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