O que somos, de onde viemos, para onde vamos?
São perguntas que não costumamos fazer quando tudo está bem, mas vêm rapidamente à cabeça quando algo que não conhecemos, ou não temos controle, acontece. Momentos como este que estamos vivendo agora.
De repente, em menos de três meses. Vimos nossas vidas serem mudadas. Quem corria alucinadamente o dia todo, teve que parar, sentar e olhar ao seu redor e perceber que não vivia sozinho. A pandemia obrigou muitos a lembrarem que alguém precisa levantar de madrugada fazer pão, e que outro vende esse pão no balcão da padaria para ele poder se alimentar, também o fez olhar no rosto dos outros passageiros do ônibus, até ontem invisíveis, mesmo que seja para ver se estão usando máscaras.
Coisas assim até então esquecidas, são exemplos do quanto estávamos distantes da vida comunitária, do convívio social e isolados em nós mesmos.
De forma abrupta, um inimigo minúsculo, na verdade invisível e impiedoso, nos fez lembrar que independente de cor, nacionalidade, religião ou condição social, SOMOS IGUAIS, pequenos e vulneráveis.
Acreditemos ou não, através da incerteza e do medo, estamos sendo obrigados a repensar nossas vidas, a falar a verdade, a acreditar uns nos outros,, a dar importância à aquilo que já não tinha mais importância, e a pensarmos mais no futuro do que no hoje.
Como eu, os que creem que fomos criados por um ser supremo à sua imagem e semelhança, têm a certeza de que temos nos distanciado dos ensinamentos e da vontade de Deus. E até mesmo aqueles que do alto da sua incredulidade, dizem ser Deus uma criação do homem, admitem que a humanidade só chegou até aqui, pelo espírito de cooperação e pela capacidade de vivermos em sociedade.
Todos porém, Seja os de pouca fé, ou os de muita fé, concordam em uma coisa, a humanidade não tem outra saída, a não ser: A SOLIDARIEDADE entre os que têm muito e os que, por falta de oportunidade, nada têm; O RESPEITO entre os que pensam diferente, vendo nisso uma fonte de aprendizado e de crescimento individual e coletivo; e por fim o AMOR que permeia todas as relações humanas, e que também invisível pode nos unir ou
nos afastar dependendo da reciprocidade.
Todas as reflexões sejam superficiais ou mais profundas nos levam a dizer que o futuro está em nossas mãos, mas precisamente, no desafio de vivermos como iguais e como, verdadeiros irmãos sobre a terra, em tempos de Pandemia ou não.
Bira Vasconcelos
Prefeito de Xapuri